sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Thank you all!





(Image: "Two Matches", Unknown Author)
Today I am grateful.

Thank you for being!
Just the way you are.
Thank you for all you've
taught me these past years.
Thank you for being part of my life,
my work, my walk.


Happy, happy Merry Christmas
and a New Year full of light!



Hugs, Maria


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Obrigada, Nadir!




Eu sei que não acreditavas na existência do tempo. E que passado, presente e futuro dependem da nossa crença e visão sobre a velocidade na distância do momento.
Por isso pintaste e combinaste, em geométrica harmonia, ponto... linha... recta... curva..., comprimento... área... volume..., ângulo... triângulo... rectângulo... esfera... cubo...
E em círculo brincaste, em quadr(ad)os que nos deixaste, pra contigo voarmos também nessa fantástica ilusão.


Obrigada, Nadir Afonso!
_/\_
Maria




Imagem: Nadir Afonso, 4 de Dezembro de 2013 (rosa Reis fotos 057.jpg)



Nadir, quando o tempo não existe...

"A Natureza não faz previsões: o homem é que as faz. É por desconhecer esta verdade natural que caímos no erro da existência do tempo.
Ora, o tempo não existe. Há contudo, uma forte crença nos homens que julgam pressentir o tempo, quando o que eles pressentem é a distância a percorrer pelo móvel: gera-se a ilusão de que numa distância predeterminada a uma grande velocidade corresponde um menor tempo decorrido e vice-versa."
(Nadir Afonso, «Manifesto: O Tempo não existe». Lisboa, Ed. Dinalivro, 2010)


Nadir Afonso, pintor, arquitecto, investigador no domínio da estética, nasceu em Chaves a 4 de Dezembro de 1920.

Um dos maiores artistas na Arte Portuguesa do século XX, autor de obra vasta e complexa onde avultam "Espacillimité", "La Sensibilité Plastique", "Mécanismes de la Création Artistique", "O Sentido da Arte", "Da Intuição Artística ao Raciocínio Estético", "Van Gogh".
Apesar de se ter formado em Arquitectura, na Escola de Belas-Artes do Porto, em 1948, ingressa, em 1946, na École des Beaux-Arts de Paris para estudar Pintura, a sua grande paixão. Que se revela logo aos quatro anos, quando traçou, na parede da sala da sua casa, um círculo perfeito a tinta vermelha.
Em 1934 realizou os primeiros trabalhos a óleo e, em 1938, ganhou o segundo prémio do concurso "Qual o mais belo trecho da paisagem portuguesa?"
Mesmo antes de tirar o curso de Arquitectura, nunca deixou de pintar e, na década de 40, começou a expor e a ter impacto junto da crítica.
Em 1951 foi colaborador do Arquitecto Le Corbusier, com quem já antes (1946/1948) tinha trabalhado.
De 1952 a 1954 trabalha no Brasil com Óscar Niemeyer, dirigindo o escritório de São Paulo.
Posteriormente regressa a Paris e desenvolve um estudo que denomina "Espacillimité", que expõe, em 1958, no Salon des Réalités Nouvelles.
Em 1965, Nadir abandona definitivamente a sua "penosa" Arquitectura para se dedicar em exclusivo à sua paixão, a Pintura.
Desenvolveu então estudos sobre geometria, que considera ser a essência da Arte.
Foi Prémio Nacional de Pintura, em 1967, e Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, em 1969.
Foi condecorado com os graus de Oficial (1984) e de Grande Oficial (2010) da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
Está representado em Museus das cidades de Lisboa, Porto, Amarante, Rio de Janeiro, São Paulo, Budapeste, Paris, Wurzburg, Roma, Berlim, entre outros.
Já não assistiu à conclusão e inauguração da Fundação Nadir Afonso, em Chaves, projecto do arquitecto Siza Vieira, mas continuava a pintar, «em silêncio até ao esfalfamento».

Faleceu em Cascais, a 11 de Dezembro de 2013.



 

 

Mais sobre Nadir Afonso:

 

» Afonso, Nadir, Manifesto: O Tempo não existe, Lisboa, Ed. Dinalivro, 2010.

» Nadir Afonso - Blog, Espacillimite

» Nadir Afonso - Facebook, www.facebook.com/nadirafonso

» Nadir Afonso - Página, www.nadirafonso.com

» Nadir Afonso - Wikipédia, www.pt.wikipedia.org/wiki/Nadir_Afonso

 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Obrigada, Madiba!



Sempre que
dois (ou mais)
caminhos se encontram...
ficam ligados para sempre!



(Imagem: "Caminho(s)" in http://flic.kr/p/icYXRw)



 


Madiba, quando a chuva vem... 


«Num encontro com as antigas primeiras-damas (mulheres dos três últimos Presidentes sul-africanos que tinham chefiado o Estado até à queda do apartheid) Mandela ironizou, com característica bonomia, que a má memória do colonialismo britânico se redimia um pouco com o ritual do chá que tinham deixado para trás. E Mandela soube aproveitar os bons legados e ignorar os maus. É o seu grande mérito. (...)
E conseguiu fazer isso tomando chá com primeiras-damas africâneres e apadrinhando a Seleção Nacional de Râguebi, o desporto-rei dos colonos.
Com isso começou a levar atrás de si uma nação sul-africana multirracial e saudavelmente multicultural. (...)
Com sabedoria, Mandela não cometeu os enormes erros de outros processos de descolonização, que alienaram as comunidades coloniais europeias. Se, nestes casos, a mensagem foi "vão-se embora que esta terra é nossa", em Joanesburgo e no Cabo, mesmo nos mais crispados momentos da transição, Mandela fez um convite: "Fiquem por favor, vamos discutir os problemas com uma boa chávena de chá".
Os colonos sul-africanos retribuíram-lhe a cortesia, abraçando com generalizado entusiasmo um projeto nacional que poucos anos antes parecia impensável. Mandela soube acordar atitudes que na era da globalização pareciam fora de moda: o patriotismo e um sereno e jubilante amor à terra. Ingredientes que transformam colonos em cidadãos.
No seu discurso de tomada de posse falou do sentimento comum a todos os sul-africanos, que é:
- "Aquela euforia nacional que se sente quando a chuva vem, a erva fica verde e as flores aparecem".
Isso, diz ele, "é o ritual de unidade que todos temos nesta nossa terra".

Invejáveis rituais de Bem-Estar. Que sorte os sul-africanos tiveram em conhecer alguém assim.
Bem-aventurados os que partilham de tão agradável cerimonial.»

(Adapt. de: «Nelson Mandela», A minha vida deu um livro. A. Hagemann, Ed. Expresso, 2011. Pp.7-9)

 ("Nelson Rolihlahla Mandela nasceu a 18 de Julho de 1918, na aldeia de Mvezo, nas margens do rio Mbashe, na região do Transkei. Com as suas verdes colinas, os seus vales profundos e a sua costa selvagem virada para o Oceano Índico, a região do Transkei constitui a parte sudeste da África do Sul, sendo habitada sobretudo pelo povo Xhosa... «povo orgulhoso com uma língua expressiva e melódica e uma crença inabalável no significado de direito, educação e civilidade. Todos os Xhosa pertenciam a um clã, o que faz remontar a sua origem a um determinado antepassado. Eu pertenço ao clã Madiba, cujo nome advém de um chefe Thembu que governou a região do Transkei no século XVIII. É comum chamarem-me Madiba, o meu nome de clã...»" In op.cit., p.15. Faleceu a 5 de Dezembro de 2013.)

Obrigada, Madiba _/\_
Thank you, Madiba _/\_
Maria



 

sábado, 23 de novembro de 2013

À lareira...



Sempre que a chuva vai
e o frio e a geada vêm
olho à noite prà lareira
e no silêncio há volta:
o som da lenha que chora
e a sombra que dobra
e uma pomba branca
sai voando e se forma...


(Imagem: "À lareira-PT" in http://flic.kr/p/hM9gce)

(Maria, 23-11-2013)

Tempo de Outono...


 

 Tempo de Outono
É tempo de recolha,
de colheita,
de realização colectiva.


(Imagem: "Os Castanheiros" in O Meu Livro de 2ª Cl., 1958, p.61)


É tempo de celebração,
de partilha, do coração,
de Magusto, da castanha...

 
(Imagem: "Castanhas, Portugal" in http://flic.kr/p/hs5TCc)


Um abraço, 
Maria
(31-10-2013)

domingo, 20 de outubro de 2013

Às Árvores...



Árvores são...
"poemas que a terra faz ao céu..."
 


Imagem: (1) Vista do Castelo de Sesimbra, o castelo sobre o mar, rodeado pelas montanhas do maciço da Arrábida. Sesimbra, Portugal.

Verticais, fractais,
raízes, centro e ligação,
duplas ou invertidas,
desenhadas, em inspiração,
cantadas, com emoção,
vividas, sentidas,
com paixão, em cada tradição...
Até aos nossos dias.
Árvores da Vida,
do Mundo,
do Conhecimento...
Amigas da celebração,
da perpétua regeneração.

(Maria, 13-10-2013)


Imagem: (2) Oliveiras, Portugal.

 
E a simbologia da árvore é tão rica, variada, vasta, difundida, recriada e em todos nós, em todos os tempos e culturas, presente!
Recordo-me da Oliveira, 'Árvore da Paz' de todos os tempos..., de Da Vinci, e da sua representação, mas também da "Árvore das Palavras", de Teolinda Gersão, da "Alma das Árvores", de A.C. de Oliveira, da "Velha Árvore", de Olavo Bilac, e das "árvores, poemas que a terra escreve para o céu..." de Khalil Gibran.

🍁

"Em volta da árvore cantavam e dançavam, diz Lóia. Da árvore dos antepassados. Junto dela ofereciam sacrifícios de farinha em sua honra, porque era deles que vinha o espírito que se dava aos filhos. Em volta da árvore cantavam e dançavam... As pessoas, muitas pessoas, aproximavam-se cantando, isso passava-se mais longe, ao longo do rio Incomati, dizia Lóia. Cantavam e os espíritos ouviam..."  
(Teolinda Gersão in "A Árvore das Palavras". Publ. D.Quixote, Lisboa - 1997/1ª ed., p.28. Relato da sua infância e juventude passadas na então Lourenço Marques)
🌱


"Ouve, meu filho: cheio de carinho,
Ama as Árvores, ama. E, se puderes,
(E poderás: tu podes quando queres!)
Vai-as plantando à beira do caminho.

Hoje uma, outra amanhã, devagarinho.
Serão em fruto e flor, quando cresceres.
Façam os outros como tu fizeres:

Aves de Abril que vão compondo o ninho."

(A.C.Oliveira, «A Alma das Árvores». 
António Correia de Oliveira (N.1879/F.1960), poeta e jornalista português.)  



Imagem: (3) Jardim Botânico da Universidade de Lisboa. No coração de Lisboa, Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Portugal.


"Olha estas velhas árvores, - mais belas,
Do que as árvores mais moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera e o inseto à sombra delas
Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E alegria das aves tagarelas...

Não choremos jamais a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,

Dando sombra e consolo aos que padecem!"

(Olavo Bilac, «As Velhas Árvores».
Olavo Bráz Martins dos Guimarães Bilac (N.1865/F.1918), 
escritor, poeta, jornalista e membro fundador da Academia Brasileira de Letras.)
🍃


"Símbolo da vida, em perpétua evolução, em ascensão para o céu, a árvore evoca todo o simbolismo da verticalidade, enquanto serve também para simbolizar o carácter cíclico da evolução cósmica: morte e regeneração; as frondosas, sobretudo evocam um ciclo, pois despojam-se e cobrem-se todos os anos de folhas.
(...) A «árvore do mundo», sinónimo de «eixo do mundo», é representada pelo poste do acampamento dos índios Sioux, em torno do qual se realiza a dança do sol. É o pilar central que sustenta o templo ou a casa, na tradição judaico-cristã, e é também a coluna vertebral sustentando o corpo humano, templo da alma."  (Jean Chevalier/Alain Gheerbrant - Dicionário dos Símbolos. Ed. Teorema, Lisboa/1994, p.88-92)

🍂



(Maria, 20-10-2013)

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Descobri...



Descobri que tenho uma paixão pela beleza.

Aquela beleza presente em todas as formas de arte, expressão do sentir humano na diversidade, em todas as ciências, expressão humana dos porquês na variedade da natureza, em todas as culturas, expressão dos modos de ver e viver, em todos os mitos e lendas, expressão sentida do desconhecido, em todos os seres, expressão da vida.

Por tudo isso, e muito mais, estou feliz por poder sentir-te e viver-te, beleza. Obrigada por existires!!



 (Maria, 9-10-2013)

domingo, 6 de outubro de 2013

Meia-Luz




 


À meia luz de Outubro,
melancólica e suave,
andam seres brincando
neste berço de céu azulado...







E lá vão, passando... passando,
e os meus olhos, embalando...
E me levando, dando a mão,
brincando, voando, 
E cismando, mostrando quanto
do que nunca saíu deste canto,
voar consigo pode também.
 



(Maria, 6-10-2013)

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Querida abstenção!



Tu, que venceste esta eleição,
maioria silenciosa, ou não...
Acompanhada de brancos e nulos,
conscientes, todos,
da força desta manifestação.
Como eu gostaria de chegar a ti,
perceber a tua insatisfação...
É descrença, desilusão, o que sentes?
És jovem ou tens mais idade?
Vives no campo ou na cidade?
Ahh... Deixa pra lá...
Que ninguém se importa, não!

(Maria, 30-09-2013)
                     

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Carrapateira



Praia do Amado, Carrapateira/Aljezur - Portugal
Aquela casinha branca,
ali ao fundo, vês?
Tinhas dias, apenas...
E entre cantos de cotovias
e ninhos de águias pesqueiras,
nestas paragens agrestes,
azuis e verdes,
de encantos soados pelos ventos...
Entre tapetes brancos
e figueiras rasteiras,
eu te embalava, meu filho,
e os segredos do mar,
delicados, 
despertavam os teus sentidos...
 
 
(Maria, 27-09-2013)

 

sábado, 21 de setembro de 2013

Equinócio



Setembro é equinócio,
é fim de verão...
ou não!
É linha,
hemisfério,
grão,
mudança entre estação...


Image source: 999,999,999 Pictures (FB)


Thank you to the authors of this inspiring picture :)


Maria, 21-09-2013 


Mais: 


Os Lusíadas:

«Vai-te ao longo da costa discorrendo,
E outra terra acharás de mais verdade,
Lá quase junto donde o Sol ardendo
Iguala o dia e noite em quantidade; (...)»

(Luís de Camões - Os Lusíadas. Canto Segundo, 63)


BNP-Digital: Os Lusíadas


OAL:

«Equinócio: instante em que o Sol, no seu movimento anual aparente, corta o equador celeste. A palavra de origem latina significa “noite igual ao dia”, pois nestas datas dia e noite têm igual duração.»


Início do Outono, no Hemisfério Norte, e da Primavera, no Hemisfério Sul.


Wikipédia:




terça-feira, 27 de agosto de 2013

Luar de Agosto





 «Luar de Janeiro não tem parceiro, mas lá vem o de Agosto que lhe dá no rosto.»

(Ditado/provérbio popular)


Votos de um bom recomeço para todos!


















(Maria, 27-08-2013)

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Esmeralda...


Pintada, 
quem te pintou?
E te transformou...

Considerarmo-nos estranhos à natureza implica sermos alheios a nós próprios.
Sermos capazes de percorrer a «flecha do tempo» da existência e da vida é só o início de uma grande aventura.
A liberdade da criatividade humana em viver como expressão singular é comum a todos os níveis da natureza e suas possibilidades são infinitas, mas não certezas. E esta é uma grande aventura!



«O que está em cima é como o que está em baixo. E o que está em baixo é como o que está em cima.»
(Tábua de Esmeralda, Hermes Trismegisto)


Neste universo circular,
esférico, redondo,
geométrico perfeito...

Da Terra aos planetas,
Da Lua à poeira,
Dos corpos celestes
aos átomos, electrões,
fotões e estrelas...

Dos elementares, 
ora corpúsculos, ora ondas,
em luz e radiações,
dão e levam informações, 
milenares...

E nos transformam, 
em novas navegações 
e gerações...

E nesta dança, a rodar,
nós a circum-navegar... 

 (Maria, 06-08-2013)



Mais, muito mais:

Fique Louco!: Ilya Prigogine - Carta para as futuras gerações
"Não somos nós quem engendra a flecha do tempo. Pelo contrário, somos filhos dela." (Ilya Prigogine, O Fim das Certezas - O Tempo, o Caos e as Leis da Natureza. Lisboa - Ed. Gradiva, 1ª Ed.: Novembro de 1996, p.12).
Quero Saber: Nova força mais forte que a gravidade

Wikipédia: Tábua de Esmeralda
 

sábado, 13 de julho de 2013

Brilhando no céu...



Quando o Sol, poente,
morre no horizonte,
a Ocidente...
E a "brilhante rainha do céu",
"estrela vespertina",
"gémea" da Terra,
nasce,
com a Lua Crescente,
neste Julho ocre e quente...





Um véu sobe, suavemente...
E mostra, bela,
a alma que se descobre,
serenamente.




(Maria, 10-07-2013)




Mais info:

Astropt.org: Céu da Semana
Wikipedia.org: Vénus (Planeta)



domingo, 7 de julho de 2013

Ó Malhão!




Saudade de ti,               Ó Malhão!          

Entre rochas e falésias,
tua fresca ondulação,
longo e branco areal,
praia dimensão,
onde vou respirar
em Alentejo Litoral.
Saudade de ti,               Ó Malhão!
Pra me encontrar...
     
(Maria, 7-07-2013)

terça-feira, 2 de julho de 2013

Sim, Sophia



«Dai-me a casa vazia e simples onde a luz é preciosa. Dai-me a beleza intensa e nua do que é frugal. Quero comer devagar e gravemente como aquele que sabe o contorno carnudo e o peso grave das coisas.
Não quero possuir a terra mas ser um com ela. Não quero possuir nem dominar porque quero ser: esta é a necessidade.
Com veemência e fúria defendo a fidelidade ao estar terrestre. O mundo do ter perturba e paralisa e desvia em seus circuitos o estar, o viver, o ser. Dai-me a claridade daquilo que é exactamente o necessário. Dai-me a limpeza de que não haja lucro. Que a vida seja limpa de todo o luxo e de todo o lixo. Chegou o tempo da nova aliança com a vida.»







sábado, 29 de junho de 2013

... E a ferradura...




Tropecei em ferradura
Num caminho poeirento,
Por ser velha e ferrugenta
Não a apanhei...

No calor desse trilho
Por água suspirei,
E muito me lembrei!
Se a ferradura tenho apanhado
E em cerejas transformado,
Como me teriam consolado...
 

(Maria, baseado no conto «S. Pedro e a Ferradura»)







      «S. PEDRO E A FERRADURA

HÁ muita gente que imagina que só as coisas ricas têm valor e despreza tudo quanto parece de somenos importância.
Ora isto é um erro, porque às vezes as coisas mais insignificantes podem servir de muito.
Foi o que verificou S. Pedro, quando andava no Mundo na companhia do Mestre.
Iam os dois, um dia, por uma estrada fora e encontraram uma ferradura. Disse Nosso Senhor Jesus Cristo ao discípulo:
— Pedro, apanha essa ferradura.
— Ó Senhor, para que a hei-de apanhar, se está velha e ferrugenta? Não serve para nada.
O Mestre não respondeu, mas deixando o discípulo ir adiante, abaixou-se, sem ele ver, e apanhou a ferradura.
Chegando a uma cidade por onde tinham de passar para irem para o seu destino, tornou Jesus Cristo a ficar para trás e, sem o imprevidente discípulo dar por isso, foi a um ferrador que lhe deu dez reis pela ferradura. Depois, passando por um sítio onde se vendia fruta, comprou dez reis de cerejas, que guardou sem o companheiro ver.
Atravessaram a cidade sem descansar, porque era urgente o que os chamava a outra, ainda mais longe. Pela estrada fazia um calor de rachar, e o pobre S. Pedro, aflito, não fazia senão suspirar e dizer:
— Se ao menos tivesse qualquer coisa que me refrescasse a boca, não me custava tanto suportar o ardor deste dia de verão!
O Mestre sorriu-se e, andando alguns passos adiante, deixou cair uma cereja, disfarçadamente.
O discípulo viu-a no chão, e, sem pensar que tinha sido deitada pelo companheiro, abaixou-se, limpou-a do pó e comeu-a com satisfação.
Assim foram seguindo: o Senhor sempre semeando as cerejas, e o bom do S. Pedro apanhando-as e comendo-as, sem ver de onde vinham, até que, no fim de se acabar a provisão, lhe disse Jesus Cristo:
— Que trabalho tiveste em apanhar as cerejas, Pedro! Melhor farias se tivesses apanhado a ferradura.
— Uma ferradura velha, para que me servia? As cerejas comem-se e a ferradura não presta para nada.
— Pois se não fosse a ferradura não tinhas as cerejas.
E contando-lhe o que fizera, aconselhou-o a nunca desprezar as coisas pequenas, porque sem elas não se pode ter as grandes.
S. Pedro aproveitou a lição, e daí para diante não tornou a ser imprevidente.»
(«S. Pedro e a Ferradura» in "Contos, Fábulas, Facécias e Exemplos da Tradição Popular Portuguesa." - Ana de Castro Osório. Lisboa: Soc. de Expansão Cultural, 1962)


Mais info:   


"tell them I am still here"

tell them I am still here by fiddle oak 
tell them I am still here, a photo by fiddle oak on Flickr. 
Via Flickr: somewhere.

                                                                  
OUtros OLHAres...

"Todas as pessoas grandes começaram por ser crianças
(embora poucas se lembrem disso)"
(Antoine de Saint-Exupéry, O Principezinho)


         

domingo, 23 de junho de 2013

Lua colorida...








A minha lua é colorida...






Há um sol que brilha com ela...


  

 





Gosto dela, muito, assim... 
brincando com as cores,























Um pontinho no céu...
azul, verde ou amarela,
rosa ou carmim... 





Cheia, espreitando e sorrindo pra nós...




 E como é bom, simples, apenas,  
olhar pra ela...




e guardar somente o seu belo em mim...










Maria, SuperLuaCheia, 23-06-2013





Mais sobre a Super Lua Cheia: Observatório Astronómico de Lisboa