segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Obrigada, Madiba!



Sempre que
dois (ou mais)
caminhos se encontram...
ficam ligados para sempre!



(Imagem: "Caminho(s)" in http://flic.kr/p/icYXRw)



 


Madiba, quando a chuva vem... 


«Num encontro com as antigas primeiras-damas (mulheres dos três últimos Presidentes sul-africanos que tinham chefiado o Estado até à queda do apartheid) Mandela ironizou, com característica bonomia, que a má memória do colonialismo britânico se redimia um pouco com o ritual do chá que tinham deixado para trás. E Mandela soube aproveitar os bons legados e ignorar os maus. É o seu grande mérito. (...)
E conseguiu fazer isso tomando chá com primeiras-damas africâneres e apadrinhando a Seleção Nacional de Râguebi, o desporto-rei dos colonos.
Com isso começou a levar atrás de si uma nação sul-africana multirracial e saudavelmente multicultural. (...)
Com sabedoria, Mandela não cometeu os enormes erros de outros processos de descolonização, que alienaram as comunidades coloniais europeias. Se, nestes casos, a mensagem foi "vão-se embora que esta terra é nossa", em Joanesburgo e no Cabo, mesmo nos mais crispados momentos da transição, Mandela fez um convite: "Fiquem por favor, vamos discutir os problemas com uma boa chávena de chá".
Os colonos sul-africanos retribuíram-lhe a cortesia, abraçando com generalizado entusiasmo um projeto nacional que poucos anos antes parecia impensável. Mandela soube acordar atitudes que na era da globalização pareciam fora de moda: o patriotismo e um sereno e jubilante amor à terra. Ingredientes que transformam colonos em cidadãos.
No seu discurso de tomada de posse falou do sentimento comum a todos os sul-africanos, que é:
- "Aquela euforia nacional que se sente quando a chuva vem, a erva fica verde e as flores aparecem".
Isso, diz ele, "é o ritual de unidade que todos temos nesta nossa terra".

Invejáveis rituais de Bem-Estar. Que sorte os sul-africanos tiveram em conhecer alguém assim.
Bem-aventurados os que partilham de tão agradável cerimonial.»

(Adapt. de: «Nelson Mandela», A minha vida deu um livro. A. Hagemann, Ed. Expresso, 2011. Pp.7-9)

 ("Nelson Rolihlahla Mandela nasceu a 18 de Julho de 1918, na aldeia de Mvezo, nas margens do rio Mbashe, na região do Transkei. Com as suas verdes colinas, os seus vales profundos e a sua costa selvagem virada para o Oceano Índico, a região do Transkei constitui a parte sudeste da África do Sul, sendo habitada sobretudo pelo povo Xhosa... «povo orgulhoso com uma língua expressiva e melódica e uma crença inabalável no significado de direito, educação e civilidade. Todos os Xhosa pertenciam a um clã, o que faz remontar a sua origem a um determinado antepassado. Eu pertenço ao clã Madiba, cujo nome advém de um chefe Thembu que governou a região do Transkei no século XVIII. É comum chamarem-me Madiba, o meu nome de clã...»" In op.cit., p.15. Faleceu a 5 de Dezembro de 2013.)

Obrigada, Madiba _/\_
Thank you, Madiba _/\_
Maria



 

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