sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Egitânea adormecida...


Egitânea adormecida
nos meus passos,
No meu caminho
entre pedras e riachos...




No vazio da História
e dos marcos,
Nos sinais perdidos
e nos lamentos ecoados...




Na grandeza de gentes,
guerreiros, santos e realezas
De lutas travadas,
nos teus socalcos e nos teus espaços...


Sobre as lápides
que um dia albergaram,
Desconhecidos e mortais
que como eu vagueiam,
Na busca de sinais...



(Adm, 09-12-2010)

sábado, 20 de novembro de 2010

Oliveiras da minha aldeia...





Landscape at sunset with olive trees
Image: Landscape at sunset with olive trees; Portugal.
Cara de azeitona
corpo de rama,
A tua alma é oiro
que não engana...

Brilha ao sol
ilumina na candeia,
Quantas vezes aquece
o meu coração com a sua chama!

 
 
 
 
 
 
Olive tree
Image: Olive tree, Portugal.
 
 
Quando era pequenina
e o frio chegava,
Tantas vezes a tua saia
me enrolava e afagava...

 
 
 
 
 
 
 
E quantas vezes brincava
Olive grove
Image: Olive grove; Portugal.  
pendurada nas asas do teu baloiço...
E na tua sombra deixava,
o rasto de anos e rugas em pó

De tantas coisas que jogava...

Ainda vais ficar
depois de eu passar,
Fazendo recordar
que a vida não são só folhas,
Mas raízes que a fazem perdurar.

 
 
 (Adm, 20-11-2010)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Quase (?) poesia...

Quem disse que não pode?
Quem disse que não sabe?
Basta sonhar
E deixar-se inspirar...

Seja Bem-vindo(a)!!

Para todos os desconhecidos, por todos os que ainda não descobriram...

Eu...

Eu...
eu passo com a paisagem
eu danço com o movimento
eu sinto com a passagem
eu baloiço com o tempo
eu aprendo com o universo
eu recordo com a memória 
eu falo com o silêncio
eu oiço com o eco
eu canto com a voz
eu conto com a estória
eu adormeço com a lua
eu acordo com o sol
eu choro com o sal
eu dou com o dom
eu respiro com o ar
eu sorrio com o rosto
eu gosto com a afeição
eu toco com o ser
eu sofro com o mundo
eu penso com a solidão
eu vejo com a clareza
eu abraço com o sentimento
eu uno com o traço
eu arrisco com o risco
eu deixo com o ponto
eu crio com a imaginação
eu escrevo com a poesia
eu desenho com a palavra
eu brinco com a flexão
eu viajo com a beleza
eu passeio com o passo
eu sonho com o espaço
eu invento com o vento
eu desejo com a alma
eu faço com a mão
eu amo com gente
presente no coração
sou uma mulher adulta
sou adulta às vezes de salto-alto
sou uma criança crescida
sou crescida das coisas da vida
sou mãe amiga
sou uma amiga para a vida
sou uma pessoa simples
sou tantas vezes insegura
e no fundo
eu nem sequer sou poeta
e tão pouco completa

meu nome é Maria
sou como a multidão
sou um dia, instante,
e passo por aqui
muito de vez em quando
se aperta a saudade e a
inspiração.