quarta-feira, 22 de maio de 2013

Ao aBraço!



Dizem que hoje é o Dia do Abraço!

Mas o abraço também tem Dia?
Que teimosia esta dos Dias,
que não pára de contar
o tempo que há nos dias!
Até para abraçar
quem o tempo nos faz lembrar...

Um sempre cheio aBraço para todos,
Maria



quinta-feira, 9 de maio de 2013

À Espiga...



Saí, espiga velhinha,
pendurada que estava na porta,
seca e protectora...
 
E me transformei numa nova...
Pra trigar, em cada lar,
E nunca o alimento faltar.





(Maria, 9-05-2013)




«O Dia da Espiga celebra a Primavera e consagra a Natureza. Herdeiro directo de rituais gentios, de intensos cantares e danças, realizados durante séculos por todo o mundo mediterrâneo.
Para os povos arcaicos, esta data, como todos os momentos de transição, era mágica e de sublime importância. Nela se exortava o eclodir da vida vegetal e animal, após a letargia dos meses frios, e a esperança das novas colheitas.
O Dia da Espiga, coincidente com a Quinta-feira da Ascensão, é uma data móvel que segue o calendário litúrgico cristão, assinalando, para os cristãos, a ascensão de Jesus Cristo ao Céu, ao fim de 40 dias. À semelhança do que fez com outras festas ancestrais pagãs, a Igreja cristianiza a data e esta atravessa os tempos com uma dupla acepção: como Quinta-feira de Ascensão e como Dia da Espiga, traduzindo esta aspectos e crenças não religiosos, mas exclusivos da esfera agrícola e familiar, com origem muito anterior à era cristã.
O Dia da Espiga é então o dia em que as pessoas vão ao campo apanhar a espiga, que não é apenas um viçoso ramo de várias plantas. A sua composição, número e significado varia de região para região, e é guardado durante um ano, pendurado, normalmente, na parede da cozinha ou da sala, como multifacetado amuleto, para trazer a abundância, a alegria, a saúde e a sorte.
Em muitas terras, ainda, quando faz trovoada, as gentes deitam à lareira um dos pés do ramo da espiga, para afastar a tormenta.
Não obstante as variações locais, de modo geral o ramo de espiga é composto por:
-pés de trigo e de outros cereais, como centeio, cevada ou aveia;
-ramo de oliveira;
-ramo de videira;
-papoilas;
-malmequeres;
-outras flores campestres.

E a simbologia de cada planta, comumente aceite é a seguinte:
-o trigo representa o pão;
-a oliveira, o azeite e a paz;
-a videira, o vinho e a alegria;
-a papoila, o amor e a vida;
-o malmequer, o ouro e a prata,
-o alecrim, a saúde e a força.

Além destas associações ao pão e ao azeite, a espiga surge também conotada com o leite, com as proibições do trabalho e ainda com o poder da Hora, isto é, com o período de tempo que decorre entre o meio-dia e a uma hora da tarde, tomando mesmo, nalguns sítios em Portugal, a designação de Dia da Hora. Nas localidades em que assim acontece, acredita-se que neste período do dia se manifestam os mais sagrados e encantatórios poderes da data, e, nas igrejas, realiza-se um serviço religioso de Adoração, após o qual toca o sino. Diz a voz popular que nessa hora "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e até as folhas se cruzam".
»

(Fonte: "Festividades Cíclicas em Portugal" - Ernesto Veiga de Oliveira. Lisboa: Publ. Dom Quixote, 1984.)

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Dança ao Sol


Escrevi-te, Sol,
uma mensagem a cores,
pintada,
em frequências de luz,
 e em arco-íris, gravada...

E num intervalo,
comprimento de onda, bastante,
a uma velocidade constante,
te pedi, 
pra minha mensagem voar!

E chegar,
num vazio espaço, 
quase perfeito,
sem intermédio, 
às estrelas, mais além...

Já recebeste?
Pra que a Terra, não deixes,
nunca, de iluminar!
E com teu vento solar
com ela, sempre, 
meigamente, dançar. 



(Maria, 3-05-2013)



"Quando te tiveres erguido a oriente no horizonte,
Terás enchido todas as terras com a tua beleza...
Mesmo estando muito longe, os teus raios estão sobre a Terra
."

(Akhenaton, Hino ao Sol (excerto), 1370 a.C.)





Vamos dançar...


Gosto de dançar
e ver dançar!

O Merengue da República Dominicana
e o Chá-Chá-Chá cubano e latino-americano
a Dança do Ventre, do Oriente,
cheia de Mil e Uma Noites, mágica, materna, ondulada!
E o Samba brasileiro, em movimentos sensuais,
o Tango sério, apaixonado, masculino, argentino.
Até a Salsa de Cuba, dança com sabor...
e o Paso Doble, com origem espanhola.

O Sapateado da Irlanda,
por Fred Astaire e Ginger Rogers imortalizado.
E o Kizomba de Angola, sempre em festa!
Ou o Kuduro africano, de quadril firme e duro.
E o corridinho português,
o Vira do Minho
e o Fandango ribatejano,
em traje de gala lusitano.
E da Madeira, o bailinho,
rodado e colorido
em jardim bailado
no meio do mar plantado...

E tantas, tantas outras!...

Mas o que eu gosto mais,
é de ver tanta gente rodando,
em harmonia, dançando,
na Terra, sem parar...
envoltas no mesmo som,
transportado pelo mesmo ar,
ouvindo as mesmas ondas
em frequência tridimensional.

E escutando outras!...
Por aí a vaguear,
a aguardar...
que à velocidade da luz
o passo possamos acertar
e com elas,
crescer e evolucionar.




(Maria, 29-04-2013)


"The emotions are stirred and take form in words.
If words are not enough, we speak in sighs.
If sighs are not enough, we sing them.
If singing is not enough, then unconsciously
our hands dance them and our feet tap them
."

(Message from Lin Hwai-min, Founder/Artistic Director, Cloud Gate Dance Theatre of Taiwan.  It is said in the Great Preface of "The Book of Songs," an anthology of Chinese poems dating from the 10th to the 7th century BC)

Mais info:
International Theatre Institute ITI - World Organization for the Performing Arts: International Dance Day: 2013 Message Author
Scientific American Brasil: A neurociência da dança