segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Obrigada, Nadir!




Eu sei que não acreditavas na existência do tempo. E que passado, presente e futuro dependem da nossa crença e visão sobre a velocidade na distância do momento.
Por isso pintaste e combinaste, em geométrica harmonia, ponto... linha... recta... curva..., comprimento... área... volume..., ângulo... triângulo... rectângulo... esfera... cubo...
E em círculo brincaste, em quadr(ad)os que nos deixaste, pra contigo voarmos também nessa fantástica ilusão.


Obrigada, Nadir Afonso!
_/\_
Maria




Imagem: Nadir Afonso, 4 de Dezembro de 2013 (rosa Reis fotos 057.jpg)



Nadir, quando o tempo não existe...

"A Natureza não faz previsões: o homem é que as faz. É por desconhecer esta verdade natural que caímos no erro da existência do tempo.
Ora, o tempo não existe. Há contudo, uma forte crença nos homens que julgam pressentir o tempo, quando o que eles pressentem é a distância a percorrer pelo móvel: gera-se a ilusão de que numa distância predeterminada a uma grande velocidade corresponde um menor tempo decorrido e vice-versa."
(Nadir Afonso, «Manifesto: O Tempo não existe». Lisboa, Ed. Dinalivro, 2010)


Nadir Afonso, pintor, arquitecto, investigador no domínio da estética, nasceu em Chaves a 4 de Dezembro de 1920.

Um dos maiores artistas na Arte Portuguesa do século XX, autor de obra vasta e complexa onde avultam "Espacillimité", "La Sensibilité Plastique", "Mécanismes de la Création Artistique", "O Sentido da Arte", "Da Intuição Artística ao Raciocínio Estético", "Van Gogh".
Apesar de se ter formado em Arquitectura, na Escola de Belas-Artes do Porto, em 1948, ingressa, em 1946, na École des Beaux-Arts de Paris para estudar Pintura, a sua grande paixão. Que se revela logo aos quatro anos, quando traçou, na parede da sala da sua casa, um círculo perfeito a tinta vermelha.
Em 1934 realizou os primeiros trabalhos a óleo e, em 1938, ganhou o segundo prémio do concurso "Qual o mais belo trecho da paisagem portuguesa?"
Mesmo antes de tirar o curso de Arquitectura, nunca deixou de pintar e, na década de 40, começou a expor e a ter impacto junto da crítica.
Em 1951 foi colaborador do Arquitecto Le Corbusier, com quem já antes (1946/1948) tinha trabalhado.
De 1952 a 1954 trabalha no Brasil com Óscar Niemeyer, dirigindo o escritório de São Paulo.
Posteriormente regressa a Paris e desenvolve um estudo que denomina "Espacillimité", que expõe, em 1958, no Salon des Réalités Nouvelles.
Em 1965, Nadir abandona definitivamente a sua "penosa" Arquitectura para se dedicar em exclusivo à sua paixão, a Pintura.
Desenvolveu então estudos sobre geometria, que considera ser a essência da Arte.
Foi Prémio Nacional de Pintura, em 1967, e Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, em 1969.
Foi condecorado com os graus de Oficial (1984) e de Grande Oficial (2010) da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
Está representado em Museus das cidades de Lisboa, Porto, Amarante, Rio de Janeiro, São Paulo, Budapeste, Paris, Wurzburg, Roma, Berlim, entre outros.
Já não assistiu à conclusão e inauguração da Fundação Nadir Afonso, em Chaves, projecto do arquitecto Siza Vieira, mas continuava a pintar, «em silêncio até ao esfalfamento».

Faleceu em Cascais, a 11 de Dezembro de 2013.



 

 

Mais sobre Nadir Afonso:

 

» Afonso, Nadir, Manifesto: O Tempo não existe, Lisboa, Ed. Dinalivro, 2010.

» Nadir Afonso - Blog, Espacillimite

» Nadir Afonso - Facebook, www.facebook.com/nadirafonso

» Nadir Afonso - Página, www.nadirafonso.com

» Nadir Afonso - Wikipédia, www.pt.wikipedia.org/wiki/Nadir_Afonso

 

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