domingo, 20 de outubro de 2013

Às Árvores...



Árvores são...
"poemas que a terra faz ao céu..."
 


Imagem: (1) Vista do Castelo de Sesimbra, o castelo sobre o mar, rodeado pelas montanhas do maciço da Arrábida. Sesimbra, Portugal.

Verticais, fractais,
raízes, centro e ligação,
duplas ou invertidas,
desenhadas, em inspiração,
cantadas, com emoção,
vividas, sentidas,
com paixão, em cada tradição...
Até aos nossos dias.
Árvores da Vida,
do Mundo,
do Conhecimento...
Amigas da celebração,
da perpétua regeneração.

(Maria, 13-10-2013)


Imagem: (2) Oliveiras, Portugal.

 
E a simbologia da árvore é tão rica, variada, vasta, difundida, recriada e em todos nós, em todos os tempos e culturas, presente!
Recordo-me da Oliveira, 'Árvore da Paz' de todos os tempos..., de Da Vinci, e da sua representação, mas também da "Árvore das Palavras", de Teolinda Gersão, da "Alma das Árvores", de A.C. de Oliveira, da "Velha Árvore", de Olavo Bilac, e das "árvores, poemas que a terra escreve para o céu..." de Khalil Gibran.

🍁

"Em volta da árvore cantavam e dançavam, diz Lóia. Da árvore dos antepassados. Junto dela ofereciam sacrifícios de farinha em sua honra, porque era deles que vinha o espírito que se dava aos filhos. Em volta da árvore cantavam e dançavam... As pessoas, muitas pessoas, aproximavam-se cantando, isso passava-se mais longe, ao longo do rio Incomati, dizia Lóia. Cantavam e os espíritos ouviam..."  
(Teolinda Gersão in "A Árvore das Palavras". Publ. D.Quixote, Lisboa - 1997/1ª ed., p.28. Relato da sua infância e juventude passadas na então Lourenço Marques)
🌱


"Ouve, meu filho: cheio de carinho,
Ama as Árvores, ama. E, se puderes,
(E poderás: tu podes quando queres!)
Vai-as plantando à beira do caminho.

Hoje uma, outra amanhã, devagarinho.
Serão em fruto e flor, quando cresceres.
Façam os outros como tu fizeres:

Aves de Abril que vão compondo o ninho."

(A.C.Oliveira, «A Alma das Árvores». 
António Correia de Oliveira (N.1879/F.1960), poeta e jornalista português.)  



Imagem: (3) Jardim Botânico da Universidade de Lisboa. No coração de Lisboa, Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Portugal.


"Olha estas velhas árvores, - mais belas,
Do que as árvores mais moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera e o inseto à sombra delas
Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E alegria das aves tagarelas...

Não choremos jamais a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,

Dando sombra e consolo aos que padecem!"

(Olavo Bilac, «As Velhas Árvores».
Olavo Bráz Martins dos Guimarães Bilac (N.1865/F.1918), 
escritor, poeta, jornalista e membro fundador da Academia Brasileira de Letras.)
🍃


"Símbolo da vida, em perpétua evolução, em ascensão para o céu, a árvore evoca todo o simbolismo da verticalidade, enquanto serve também para simbolizar o carácter cíclico da evolução cósmica: morte e regeneração; as frondosas, sobretudo evocam um ciclo, pois despojam-se e cobrem-se todos os anos de folhas.
(...) A «árvore do mundo», sinónimo de «eixo do mundo», é representada pelo poste do acampamento dos índios Sioux, em torno do qual se realiza a dança do sol. É o pilar central que sustenta o templo ou a casa, na tradição judaico-cristã, e é também a coluna vertebral sustentando o corpo humano, templo da alma."  (Jean Chevalier/Alain Gheerbrant - Dicionário dos Símbolos. Ed. Teorema, Lisboa/1994, p.88-92)

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(Maria, 20-10-2013)

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