sábado, 29 de junho de 2013

... E a ferradura...




Tropecei em ferradura
Num caminho poeirento,
Por ser velha e ferrugenta
Não a apanhei...

No calor desse trilho
Por água suspirei,
E muito me lembrei!
Se a ferradura tenho apanhado
E em cerejas transformado,
Como me teriam consolado...
 

(Maria, baseado no conto «S. Pedro e a Ferradura»)







      «S. PEDRO E A FERRADURA

HÁ muita gente que imagina que só as coisas ricas têm valor e despreza tudo quanto parece de somenos importância.
Ora isto é um erro, porque às vezes as coisas mais insignificantes podem servir de muito.
Foi o que verificou S. Pedro, quando andava no Mundo na companhia do Mestre.
Iam os dois, um dia, por uma estrada fora e encontraram uma ferradura. Disse Nosso Senhor Jesus Cristo ao discípulo:
— Pedro, apanha essa ferradura.
— Ó Senhor, para que a hei-de apanhar, se está velha e ferrugenta? Não serve para nada.
O Mestre não respondeu, mas deixando o discípulo ir adiante, abaixou-se, sem ele ver, e apanhou a ferradura.
Chegando a uma cidade por onde tinham de passar para irem para o seu destino, tornou Jesus Cristo a ficar para trás e, sem o imprevidente discípulo dar por isso, foi a um ferrador que lhe deu dez reis pela ferradura. Depois, passando por um sítio onde se vendia fruta, comprou dez reis de cerejas, que guardou sem o companheiro ver.
Atravessaram a cidade sem descansar, porque era urgente o que os chamava a outra, ainda mais longe. Pela estrada fazia um calor de rachar, e o pobre S. Pedro, aflito, não fazia senão suspirar e dizer:
— Se ao menos tivesse qualquer coisa que me refrescasse a boca, não me custava tanto suportar o ardor deste dia de verão!
O Mestre sorriu-se e, andando alguns passos adiante, deixou cair uma cereja, disfarçadamente.
O discípulo viu-a no chão, e, sem pensar que tinha sido deitada pelo companheiro, abaixou-se, limpou-a do pó e comeu-a com satisfação.
Assim foram seguindo: o Senhor sempre semeando as cerejas, e o bom do S. Pedro apanhando-as e comendo-as, sem ver de onde vinham, até que, no fim de se acabar a provisão, lhe disse Jesus Cristo:
— Que trabalho tiveste em apanhar as cerejas, Pedro! Melhor farias se tivesses apanhado a ferradura.
— Uma ferradura velha, para que me servia? As cerejas comem-se e a ferradura não presta para nada.
— Pois se não fosse a ferradura não tinhas as cerejas.
E contando-lhe o que fizera, aconselhou-o a nunca desprezar as coisas pequenas, porque sem elas não se pode ter as grandes.
S. Pedro aproveitou a lição, e daí para diante não tornou a ser imprevidente.»
(«S. Pedro e a Ferradura» in "Contos, Fábulas, Facécias e Exemplos da Tradição Popular Portuguesa." - Ana de Castro Osório. Lisboa: Soc. de Expansão Cultural, 1962)


Mais info:   


"tell them I am still here"

tell them I am still here by fiddle oak 
tell them I am still here, a photo by fiddle oak on Flickr. 
Via Flickr: somewhere.

                                                                  
OUtros OLHAres...

"Todas as pessoas grandes começaram por ser crianças
(embora poucas se lembrem disso)"
(Antoine de Saint-Exupéry, O Principezinho)


         

domingo, 23 de junho de 2013

Lua colorida...








A minha lua é colorida...






Há um sol que brilha com ela...


  

 





Gosto dela, muito, assim... 
brincando com as cores,























Um pontinho no céu...
azul, verde ou amarela,
rosa ou carmim... 





Cheia, espreitando e sorrindo pra nós...




 E como é bom, simples, apenas,  
olhar pra ela...




e guardar somente o seu belo em mim...










Maria, SuperLuaCheia, 23-06-2013





Mais sobre a Super Lua Cheia: Observatório Astronómico de Lisboa