sábado, 19 de janeiro de 2013

Ainda te ouço...



Quando a vida 
parece já do seu ofício fatigada,
e a alegria, incerta, demora.

Quando braços irrompem
e, cheios de abraços,
abrem a porta.

E confortam...
Eu te abraço
com meus braços,
e com meu sorriso te enlaço.

E te animo, silenciosa...

E em palavras,
secretas e cheias de memória,
como um cristal, um punhal, um incêndio.
Ouço orvalho apenas, estremecendo...

E um sorriso é preciso,
 para abrir a porta.




(Maria, Adaptação de «O silêncio», «As palavras», «O sorriso»: Eugénio de Andrade)

4 comentários: