Imagem: Campos de Natal. Dez. 2015, Portugal.
Se eu fosse
a memória do Natal,
eu seria assim...
Hoje, criança,
tal como sou,
ando com ele
dentro de mim.
Maria, 22-12-2015
Imagem: Árvores de Natal. Dez. 2015, Portugal. |
Era uma vez um reino maravilhoso...
Quando a poeira das estrelasdesceu à terra,semeou de luz,povoou de nós.Muito, muito tempo passou,e, desde então, tudo mudou.Mas algures, no nosso coração,sabemos quem somos.Por isso vestimos as nossas árvores pelo Natal.E as cobrimos com esses mantos iluminados.Para, vazios, nos lembrarmos...
Maria, 17-12-2015
Imagem: Paisagem de Montanhas |
Foto: "110115-2843: Nespereira em flor ~ Medlar tree in blossom, Nov. 1, 2015 - Portugal" (in https://flic.kr/p/zUnmR4) |
Imagem: Equinócio de setembro, 2015 |
(António Machado)"Entre o viver e o sonhar / Há uma terceira coisa. / Adivinha-a."
"A minha vida, lisa, aplastada, chata como tem transcorrido, só pode ser inventada. E, seguramente, foi assim que eu passei a vida: a inventá-la."
(Alexandre O'Neill in Memórias - "Uma Coisa em Forma de Assim")
Imagem: "Vida de Girassol" |
"A solidão é uma situação prometedora. Promete o quê e a quem?"
"Muitos escritores e artistas escolheram o exílio interior como meio de preservarem a sua integridade frente a uma sociedade indiferente ou hostil à participação... O exílio interior não é, propriamente, a morte civil... O exílio interior é, antes, um voluntário isolamento... Não se trata, a bem dizer, de uma fuga, mas, antes, de um afastamento para dentro, para o interior."
E a Desaprender:"Esperar o inesperado é uma expectativa que se abre sem limites definidos, sem trajectória, sem apostar seja no que for. A esperança não tem nada a ver com este exercício permanente de disponibilidade. Nem, propriamente, a surpresa. Esperança e surpresa estão demasiado contaminadas de humano para poderem participar nesta disponibilidade para o que vier de um lá que nem sabemos onde se situa, onde terá vigência. E, no entanto, a busca do inesperado impõe-se... Foi Heraclito quem muito bem formulou esta imposição: «Se não buscas o inesperado não o encontrarás, que é penoso e difícil encontrá-lo.». Portanto, não esperar, mas buscar, o que implica... um moto próprio."
"Quem não tiver uma curiosidade encarniçada por tudo o que o rodeia, quem alguma vez supuser que dá mais do que recebe, está perdido para o tal desaprender que repõe em causa ideias e formas. É que, depois de se saber tudo, estará sempre tudo por se saber. O criador deve ter a consciência de que, por melhor que crie, não consegue mais do que aproximações a uma perfeição que lhe é inatingível. Ele é um derrotado à partida. Sabê-lo e, apesar de tudo, prosseguir, é o seu único e legítimo motivo de orgulho. O resto é bilros.
Há uma altura em que, depois de se saber tudo, tem de se desaprender. Sucede assim com o escrever. Com o escrever do escritor, entenda-se. Eu, provavelmente poeta, estou a aprender a... desaprender. E para quê e como se desaprende? Para deixar de ronronar, para que o leitor, quando o nosso produto lhe chega às mãos, não exclame, satisfeito ou enfastiado: «- Cá está ele!»
Na verdura dos seus anos, a preocupação do escritor parece ser a da originalidade. Ser-se original é mostrar-se que se é diferente. E as pessoas gostam das primeiras piruetas que um sujeito dá. E o sujeito gosta de que as pessoas vejam nele um talento.
Atenção, vêm aí as receitas, as ideias feitas, os passes de mão, os clichés, os lugares selectos ou, mais comezinhamente, os lugares comuns. O escritor está instalado. Revê-se na sua obra. Começa a abalançar-se a voos mais altos, a mergulhos mais fundos. É a intelectualidade que o chama ao seu seio, o público que o põe, vertical, nas suas prateleiras. Arrumado.
Quase sem dar por isso, o escritor acomodou-se e tornou-se cómodo, quando propendia, nos seus verdes anos, a incomodar-se e a tornar-se incómodo... Vai a colóquios, celebrações, congressos. Ganha prémios... Está de tal modo visível que já ninguém dá por ele. É o escritor.
Se as coisas continuarem indefinidamente assim, o escritor pode ser alcandorado... já velho ou já morto o escritor. Pedra campal sobre o assunto.
Este é o exemplo do escritor autófago. Comeu-se a si próprio, melhor dizendo, comeu a sua própria imagem. Não por aquela devoração que o acto de criar traz consigo, mas por excesso de confiança na pessoa literata que projectou, como um halo, para todos os lados da sua figura.
E de que outro modo poderia ser?
Para não falar de modéstia - e afastando, desde já, qualquer vislumbre de proselitismo - eu arriscaria dizer que estará condenado a si mesmo todo o escritor que não prestar mais atenção aos outros e às coisas deste mundo do que à sua - sem dúvida importante, sem dúvida decisiva - preciosa personalidade. O segredo da abelha é esse."
(Alexandre O'Neill - Uma Coisa em Forma de Assim. Ed. Presença, Lisboa: 1985.)
Poeta e escritor, Alexandre O'Neill nasceu em Lisboa a 19 de Dezembro de 1924. Faleceu a 21 de Agosto de 1986. O poeta que gostava de jogar com as palavras e brincar a sério com a língua portuguesa.
Obrigada, O'Neill _/\_
Maria, 21-08-2015
Imagem: "The ocean; O mar" |
Imagem:"Cata-vento; Weather vane." in https://flic.kr/p/qRt3da |
"De loucos uns pelos outros! Que nos seus surtos de loucura tenham habilidades suficientes para agir como treinadores de um mundo melhor. Que olhem a ética, o respeito às pessoas e a responsabilidade social não apenas como princípios organizacionais, mas como verdadeiros compromissos com o Universo.
De loucos de paixão. Não só pelo trabalho, mas principalmente por gente, que vejam em cada ser humano o reflexo de si próprios, trabalhando para que velhas competências dêem lugar ao brilho no olhar e a comportamentos humanizados.De loucos de coragem para aplicar a diversidade nas suas fileiras de trabalho, promovendo a igualdade de condições sem reservas.De loucos visionários que, além da prospecção de cenários futuros, possam assegurar um novo amanhã, criando estratégias de negócios que estejam intrinsecamente ligadas à felicidade das pessoas. Primeiro a gente é feliz, depois a gente faz sucesso, não se pode inverter esta ordem.De loucos pelo desconhecido que caminhem na contramão da história, ouvindo menos o que os gurus tem a dizer sobre mobilidade de capitais, tecnologia ou eficiência empresarial e ouvindo mais os seus próprios corações.De loucos poliglotas que não falem inglês, espanhol, francês ou italiano..., mas que falem a língua universal do amor, do amor que transforma, modifica e melhora.Simplesmente de loucos de amor. De amor que transcende toda a hierarquia, que quebra paradigmas. Amor que cada ser humano deve despertar e desenvolver dentro de si e pôr ao serviço da vida própria e do outro. Amor cheio de energia, amor do diálogo e da compreensão...Urgentemente de loucos, capazes de implantar novos modelos de gestão, essencialmente focados no SER, sem receios de serem chamados de insanos, que saibam que a felicidade consiste em realizar as grandes verdades e não somente em ouvi-las…"(Fonte: «Precisa-se de Loucos» - Rivalcir Liberato, 2007)
Imagem: "Vénus e Mercúrio ao entardecer ~ Venus and Mercury after sunset" in: https://flic.kr/p/qu4bub |
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Abraço, Maria