Do meu Alentejo profundo
vejo a poesia e a beleza...
Mas não te digo, não,
se é terra ou maresia,
ouro ou tesouro,
achamento ou encantamento...
Ou se tudo isso...
"Queres conhecê-lo?
Vem para o meu lado
que já podes vê-lo..."
Além ao cimo,
a janela do pátio,
em castro muralhado,
por onde uma moura encantada
andou...
e um tesouro guardou
e por ele se encantou...
E antes dela habitado,
por seres iluminados...
Atlantes refugiados,
fugidos do mar...
pra aqui, terra alta,
seu lar recomeçar...
Aqui os jogos,
do moinho e do alquerque...
que essas gentes
laboriosas e habilidosas
esculpiram, partilharam,
e em comunidade jogaram,
e outros vindouros, depois,
estratégias pensaram
laboriosas e habilidosas
esculpiram, partilharam,
e em comunidade jogaram,
e outros vindouros, depois,
estratégias pensaram
e pra nós, deixaram...
E contando a história,
de Ferro, do Castro...
sepulturas xistosas escavadas,
circulares e rectangulares,
adormecidas, umas,
outras, já acordadas...
E lá ao fundo...
guardando a muralha,
o Mira espreitando
e serpenteando...
subindo e ligando,
calmo, até ao mar...
Assim conta Al-calá,
de seu árabe nome...
E em romaria,
a cada Setembro,
a Senhora da Cola.
(Maria, 02-04-2013)
Mais info:
Povoado de Castro da Cola, Alentejo - Portugal
Neolítico até à Época Medieval:
este povoado revela vestígios de ocupação que se estendem desde a Pré-História (Neolítico - do grego neos/novo, e lithos/pedra; o período mais recente da Idade da Pedra; Pedra Polida; aprox. entre 10.000/3.000 a.C.; - ou Calcolítico - do grego khalkos/cobre, e lithos/pedra; período da Idade do Cobre; aprox.entre 2.500/1.800 a.C.) até uma época posterior à Reconquista Cristã (século XIII) altura em que terá sido abandonado.
"Classificado como Monumento Nacional desde 1910, constitui uma das mais importantes estações arqueológicas portuguesas. A sua monumentalidade chamou a atenção de diversos estudiosos desde, pelo menos, o século XVI, mas o seu estudo sistemático apenas se inicia em 1958 com uma extensa equipa de arqueólogos dos quais se destaca Abel Viana, que aí trabalhará até à sua morte, em 1964.
A fortificação principal, sobre o rio Mira, é composta por uma muralha com um perímetro aproximado de 330 metros. A entrada para esta última fazia-se através de uma grande torre, de que restam, apenas, as fundações. Daí acedia-se a um amplo pátio, que formava o centro da Al-calá (fortaleza), palavra árabe que veio a dar origem ao topónimo Cola."
(excerto de Circuito Arqueológico da Cola - Guia. Centro de Acolhimento e Interpretação Castro da Cola, Ourique - Portugal. Edição IPPAR - instituto Português do Património Arquitectónico)
Simples,organizado e interessante,a página
ResponderEliminarObrigada, João!
ResponderEliminarUm abraço, Maria