Um poema sobre o amor.
Espiritual, poderoso, eterno.
A união dos elementos no amor,
em viagem de beleza, de vida,
mas também de incerteza...
em viagem de beleza, de vida,
mas também de incerteza...
Que a memória não apagará,
num encontro depois da morte,
transitória...
num encontro depois da morte,
transitória...
Praia do encontro
«Esta imaginação de sal e duna,
inquieta e movediça como areia,
ergue, isolada, a praia, mais a espuma
que sereia nenhuma
saboreia...
Quisesses tomar tu este veleiro,
que em secreto estaleiro construí,
sem velas, sem cordame, sem madeira,
- mas branco!, e todo inteiro
para ti...
Brilha uma luz de morte sobre o porto
saído mesmo agora da memória...
Ali estarei, à tua espera, morto,
ou vivo em minha morte
transitória...
Combinado. Que eu juro não faltar!
Contrário de Tristão, renascerei,
se pressentir, aérea, sobre o Mar,
a sombra singular
do barco que te dei.»
(David Mourão-Ferreira)
inquieta e movediça como areia,
ergue, isolada, a praia, mais a espuma
que sereia nenhuma
saboreia...
Quisesses tomar tu este veleiro,
que em secreto estaleiro construí,
sem velas, sem cordame, sem madeira,
- mas branco!, e todo inteiro
para ti...
Brilha uma luz de morte sobre o porto
saído mesmo agora da memória...
Ali estarei, à tua espera, morto,
ou vivo em minha morte
transitória...
Combinado. Que eu juro não faltar!
Contrário de Tristão, renascerei,
se pressentir, aérea, sobre o Mar,
a sombra singular
do barco que te dei.»
(David Mourão-Ferreira)
(David de Jesus Mourão-Ferreira, escritor, crítico literário, ensaísta, poeta e ficcionista, nasceu em Lisboa a 24 de Fevereiro de 1927. Faleceu na sua cidade natal a 16 de Junho de 1996, aos 69 anos.)
Maria, 24-02-2013
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