É noite de céu limpo.
Os astros, com olheiras,
libertam lágrimas de luz.
IV Horas Mortas
«O tecto fundo de oxygenio, d'ar,
Estende-se ao comprido, ao meio das trapeiras;
Vem lagrimas de luz dos astros com olheiras,
Enleva-me a chimera azul de transmigrar.
...
Se eu não morresse, nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas!...»
Estende-se ao comprido, ao meio das trapeiras;
Vem lagrimas de luz dos astros com olheiras,
Enleva-me a chimera azul de transmigrar.
...
Se eu não morresse, nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas!...»
(Cesário Verde)
(Excerto do poema «O sentimento d'um occidental - IV Horas Mortas» de Cesário Verde. In O Livro de Cesario Verde: 1873-1886. Publicado por Silva Pinto. Lisboa, 1887, p.66. Biblioteca Nacional Digital)
Mais info: Centro Virtual Camões
José Joaquim Cesário Verde, poeta português, nasceu em Lisboa a 25 de Fevereiro de 1855. Faleceu a 19 de Julho de 1886, aos 31 anos. Os seus versos foram reunidos em livro (O Livro de Cesário Verde), um ano após a sua morte, por Silva Pinto.
(Maria, 25-02-2013)