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Os anos são como aves que chegam
não se sabe de onde e pousam
no presente que vês.
Quando dás conta, eles voam
ora poente, ora nascente,
filhos imortais de um tempo
latente, primordial.
À espera de almas que nele possam
se encontrar...
E em movimento natural,
pousar, amar, vibrar.
Depois, em maravilhoso espanto,
poemar e voar.
(Maria, adaptação de "Os Poemas" - Esconderijos do Tempo - de Mário Quintana)