Um banco de jardim
sarapintado pelo tempo.Dois velhos parados,
olhares envergonhados.
Dois jovens debruçados
em caixote,
De restos encontrados...
Sob bandeiras em janelas,
sob Eras também...
Sob 40 ardentes,
em dia de suão.
Dois velhos sentados
e andantes também...
Miram e desviam,
à vez,
O olhar incomodado
com o lixo virado.
Numa rua qualquer
de um país amargurado...
em casas, içadas,
D'outras eras resgatadasa ruas engalanadas.
Dois jovens
Dois velhos
Um banco de jardim...
Um coração despedaçado
em bandeiras levantadas
numa crença sem fim...
A alma rolando
numa bola,
Que sim, que sim!
Nos pés de génios, querubim.
No meu jardim...
Maria, «Imagine» (Lisboa, 2012)