Quando eu era bem menina
escrevia sem parar,
Dançava com as palavras
em histórias de encantar.
Viajava nas estrelas,
rabiscava a minha ardósia...
E quando o ponteiro acabava
e as palavras se esfumavam,
Pensava...
Voariam na próxima vaga!
Mais longe que os meus pés,
descalços, na terra molhada.
Amparada,
entre as mãos dessa ardósia encantada...

Com as palavras salpicava,
a terra semeada.
Maria, «Berço» (Lisboa, 2012)